O parlamento uruguaio debate atualmente uma proposta do governo para legalizar a compra e a venda de maconha e fazer do Estado seu único gerente.
De acordo com a pesquisa, mais de seis em cada 10 uruguaios (64%) se opõe à legalização da maconha e apenas 26% apoiam o projeto do governo. Os níveis de rejeição chegam a 83% para o caso dos simpatizantes do Partido Nacional ou “Blanco”, o principal da oposição, e a 82% no caso dos simpatizantes do Partido Colorado, tradicionalmente governante e atualmente o segundo da oposição. De acordo com o critério de idade, são contra: 53% dos jovens entre 16 e 29 anos; 61% dos adultos entre 30 e 44 anos; 67% dos adultos entre 45 e 59 anos e 70% dos idosos com mais de 60 anos.
O tema divide todos os partidos políticos e Mujica disse em junho, quando apresentou a proposta, que estava disposto a realizar pesquisas populares para saber a opinião dos uruguaios e anulá-la caso fosse majoritariamente rejeitada.
O presidente defendeu sua ideia com o argumento de que “pela via da repressão” a guerra contra o narcotráfico “está perdendo por toda parte”. O ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), também da FA, antecessor de Mujica no cargo e que os analistas definem como principal candidato à Presidência em 2014, manifestou suas dúvidas sobre o plano do atual governo. O consumo de maconha é “tão ou mais” prejudicial que o de tabaco e os países que a legalizaram estão repensando a posição, disse o ex-mandatário, que é oncologista. “Não se deve consumir maconha, simples e ingenuamente, não se deve consumi-la” asseverou Vázquez recentemente.
De acordo com números da Junta Nacional de Drogas, 20% dos uruguaios de idades entre 15 e 65 anos dizem ter consumido maconha alguma vez na vida e 8,3% dizem ter consumido no último ano. A pesquisa da Número, feita por telefone com 803 pessoas, aconteceu entre 29 de novembro e 6 de dezembro e tem margem de erro de 3,4%.
 
 
Fonte: Terra