As crianças não podem ser 'largadas' nas escolas, como se a atividade escolar fosse todo o universo que as cerca "A família é o centro vital da formação da criança e do adolescente. Bem formados esses pequeninos normalmente esbanjam alegria, equilíbrio, segurança e, além disso, tornam-se pessoas polidas e bondosas", é sob esse conceito que Abel Glaser, fundador do Lar Escola Cairbar Schutel (LECS), cuida há quase 50 anos de crianças em situação de risco social.
A formação moral de toda pessoa é adquirida essencialmente no lar onde ela vive. Segundo Abel Glaser, não é tarefa primordial da escola formar o caráter do aluno e sim de seus pais. Ele diz que até os sete anos de idade, quando o livre arbítrio das crianças ainda é pequeno, os genitores devem dar o máximo de si para orientá-las e, se for o caso, até repreendê-las no bom sentido de formação pessoal, para que não venham a cometer os mesmos erros. "Essa é a fase mais receptiva da formação", salienta Glaser.
Depois, dos sete até os 12 anos, as doses de livre arbítrio são mais elevadas. Para Glaser nessa fase os pais devem cuidar mais dos diálogos incessantes para educar. Já dos 12 aos 16 anos o livre arbítrio no adolescente torna-se ainda maior, prolongando-se até o final de sua existência. "Nessa etapa, os pais devem buscar ajudar o filho a seguir seus próprios rumos com menos rigor. O bom exemplo, que os pais sempre devem dar aos seus filhos será ainda mais importante", recomenda o fundador do LECS.
Para cada faixa etária há um procedimento diferente, visando educar a criança e o adolescente. Abel alerta que, no entanto, desde a mais tenra idade, as más tendências devem ser combatidas. Não é admissível a desculpa ‘cada um nasce de um jeito’.
Equilíbrio
Corrigir os filhos é possível utilizando um misto de energia e amor. Para Glaser, o caminho ideal é o equilíbrio, apesar de mais complexo e difícil, pois exige dos pais mais atenção. "Nem agressões físicas, nem total liberdade". Neste sentido, advertências ou correções, tanto no âmbito familiar como na escola, fazem parte da formação, pois devem existir regras a serem cumpridas e limites na exata medida e proporção, sem excessos nem exageros.
Quando o assunto são as frequências escolares, Glaser afirma que tudo dependerá muito dos pais, dos seus incentivos e da sua disponibilidade. Entretanto, as crianças não podem ser 'largadas' nas entidades educacionais, como se a atividade escolar fosse todo o universo que as cerca. "Na educação deve haver uma dose de escola e outra de lar. Ambas são necessárias à formação de qualquer ser humano", diz.
Cultivar a arte, a literatura, o esporte, a natureza também são fatores positivos no contexto da educação. Ensino e sabedoria caminham juntas e estão unidas no mesmo cenário. Com sabedoria, bom senso e justiça é possível educar qualquer ser humano.
Abel Glaser ressalta a responsabilidade social das pessoas e entidades na formação inicial do indivíduo: "Contribuir para a formação da criança e do adolescente, de um modo geral, é dever de todos". Assim, entidade e projetos assistenciais de amparo à criança e ao adolescente precisam existir, pois suprem a deficiência ainda existente na sociedade nesse particular. "Essas obras necessitam trabalhar, sempre que possível, em conjunto com os genitores despreparados, procurando orientá-los sobre como educar seus filhos".
Desde o berço até a idade adulta, no momento certo, sem fanatismo ou exagero, os pais ou responsáveis devem ensinar à criança e ao adolescente o que é moral, ética, retidão, bem como, os ensinamentos cristãos, como roteiro ideal a seguir, para que possam rejeitar, agora e mais tarde, a violência e os vícios para se tornar um cidadão correto e um ser humano feliz. (Fonte: Melhor Amiga) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário