INTRODUÇÃO
I – O ABANDONO FAMILIAR
II – O ABANDONO EM SITUAÇÕES DIFÍCEIS
III – O DEUS QUE NÃO ABANDONA
CONCLUSÃO
I – O ABANDONO FAMILIAR
II – O ABANDONO EM SITUAÇÕES DIFÍCEIS
III – O DEUS QUE NÃO ABANDONA
CONCLUSÃO
Infelizmente, uma atitude de gratidão é, em geral, a primeira a desaparecer quando as coisas ficam difíceis. E existem muitas coisas difíceis na vida para as quais não encontramos respostas fáceis.
Perguntamos sobre os motivos, e somos recompensados com o silêncio.
Já passei por alguns desses desafios. Depois de um dos meus acidentes, o doutor gentilmente informou sobre aquilo que provavelmente estaria à minha espera. Suas palavras ainda soam aos meus ouvidos:
“Don, suas costas estão tão ruins que se sofrer um escorregão nós teremos que empurrar você numa cadeira de rodas pelo resto da sua vida”. Para dizer o mínimo, eu não estava interessado em ouvir a notícia, nem no restante do que ele disse: “Se eu operar as suas costas, você vai ter 50% de chance de ficar pior do que está agora. Meu conselho é que você cerre os dentes e aprenda a suportar a dor”.
Depois dessas palavras, eu fiquei realmente deprimido. Queria me enfiar no buraco escuro da autopiedade. Não sei dizer como minha esposa enfrentou isso, mas de uma coisa estou certo, ela estava orando com fervor e confiando no Senhor para conseguir forças. Felizmente, algumas passagens das Escrituras vieram à minha mente, exatamente no momento oportuno, antes que minhas emoções atingissem o nível mais baixo. Uma delas foi Mateus 11.28: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Encontrei outras palavras de encorajamento em 1 Pedro 5.7: “Lançando sobre ele todo a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”.
O significado desses versos para mim era que Jesus se preocupava com o meu sofrimento e queria participar dele. Deus estava me dando uma grande oportunidade de me unir ao seu Filho Jesus. Quando entendi as suas palavras, resolvi agradecer-lhe em oração a cada manhã, pelo privilégio de dar o meu sofrimento a Jesus, e por participar do seu sofrimento. Afinal de contas, Ele passou pelo indescritível sofrimento de morrer na cruz e Ele fez isso por mim. Aquilo que antes eu havia entendido como sendo parte totalmente negativa da existência humana tinha se transformado em alguma coisa positiva – uma identidade especial com Jesus. A dor não foi embora; eu simplesmente passei a encará-la de forma diferente.
Esse é um importante princípio, afinal, se queremos realmente conhecer a Cristo e experimentar o seu poder em nossa vida devemos participar do sofrimento pelo qual Ele passou. Como Paulo escreveu: “Para o conhecer, e o poder da ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos…” (Fp 3.10 – ARA). Num sentido semelhante, quando sofremos, somos capazes de participar do sofrimento dos nossos irmãos e irmãs em Cristo em todo o mundo.
Podemos oferecer o nosso sofrimento a Cristo como um reconhecimento dos seus sofrimentos e dos sofrimentos dos seus filhos, nossos irmãos. Ou podemos sentir pena de nós mesmos. A escolha é nossa!
Mas quando descobrimos a graça de agradecer a Deus por nossas lutas, recebemos a paz em meio ao sofrimento. Acredito que existe uma grande parcela de verdade nas palavras de Vaclev Havel: “Podemos descrever melhor a cura como sendo a conquista da paz interior”. Quando fazemos as pazes com o nosso sofrimento, tornamo-nos muito mais capazes de receber a cura. Mas somente se torna possível experimentar a paz de Deus quando expressamos a Ele a nossa gratidão.
Infelizmente, existem ocasiões em que nos recusamos a agradecer a Deus pelas nossas lutas porque, em primeiro lugar, estamos magoados pelo fato de Ele ter permitido que elas acontecessem. Dr. James Dobson fala francamente sobre isso em seu livro When God Doesn’t Make Sense (Quando Deus não Faz Sentido):
Minha preocupação é que, aparentemente, muitos crentes pensem que Deus lhes deva proporcionar uma viagem tranquila, ou, pelo menos, uma explicação satisfatória (e talvez até algum pedido de desculpas) pelas dificuldades que enfrentam. Entretanto, jamais devemos nos esquecer de que, afinal de contas, Ele é Deus. Ele é o Soberano, Santo e Majestoso.
Não presta contas a ninguém. Não é um garoto de recados à procura das missões que distribuímos. Não é um gênio que sai da garrafa para satisfazer os nossos caprichos. Ele não é nosso servo – nós é que somos servos dEle. E a razão da nossa existência é glorificá-lo e honrá-lo.
Mesmo assim, Ele resolve explicar os seus atos na nossa vida. Às vezes, sua presença é tão real como se tivéssemos encontrado frente a frente.
Mas, outras vezes, quando nada faz sentido – quando aquilo pelo que estamos passando não é justo, quando nos sentimos totalmente sozinhos na sala de espera de Deus – Ele diz simplesmente: “Confie em mim”.
(Texto extraído da obra “Curando as Feridas do Passado: Encontrando, enfim, a Paz Interior”, editada pela CPAD.)
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