segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Padres acusados de pedofilia são condenados em Arapiraca


Após meses de julgamento e audiências exaustivas, nesta segunda-feira (19), foi proferida pelo juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca, João Luiz de Azevedo Lessa, a sentença contra os padres acusados de pedofilia. O julgamento que começou no mês de julho, teve além de depoimentos das vítimas, oitivas com testemunhas de acusação e de defesa, e os depoimentos dos clérigos.

Para o monsenhor Luiz Marques Barbosa foi condenado a 21 anos de prisão. Em vídeo, Barbosa aparece em um vídeo tendo relações sexuais com o ex-coroinha Fabiano da Silva, que na época era menor de idade. O outro monsenhor, Raimundo Gomes e o padre Edilson Duarte, foram condenados a 16 anos e quatro meses cada um. Além da pena, os três foram multados em um valor de R$1.800 cada. A defesa dos réus tem um prazo de cinco dias para recorrer da decisão, que deverá ser feita no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). Por serem réus primários, os três permanecerão em liberdade até o novo julgamento, em 2ª instância, ocorra.

Os três foram acusados pelo crime após a denúncia feita através do programa do SBT ‘Conexão Repórter’, do jornalista Roberto Cabrini. Na matéria, além das denúncias contras os clérigos, um vídeo mostrava o monsenhor Luiz Marques mantendo relações sexuais com uma das vítimas.

A matéria de Cabrini comprovou os relatos das vítimas e de testemunhas, de que os abusos eram realizados em troca de presentes e favores, e que algumas vezes, ocorriam dentro da própria paróquia da cidade de Arapiraca. Os clérigos negaram as denúncias, mas um advogado dos réus foi flagrado oferecendo R$ 30 mil para que as imagens não fossem divulgadas. A negociação entre os coroinhas e o advogado teria sido acompanhada pelo próprio monsenhor Raimundo Gomes.

Os monsenhores Luiz Marques, Raimundo Gomes e o padre Edílson Duarte foram ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, aberta no Senado. O presidente da CPI, o senador Magno Malta (PR/ES), esteve na cidade para realizar diligências.

Foi a primeira na história do Brasil que o Vaticano reconheceu casos de padres envolvidos em crimes de pedofilia.

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